Meu irmão é filho único
Itália, 2007
Diretora: Daniele
Luchetti
O título é esdrúxulo, mas naquele grau que ainda conseguimos
arriscar: será que pode quem sabe com sorte ser um filme assistível???
E que bom que arriscamos, porque o filme é ótimo, divertido,
leve, instigante e interessante. Um filmão. Sempre que um filme entra nesta
categoria pode ser difícil dizer sobre o quê ele versa, e este não é diferente.
Há a briga constante e interminável dos dois irmãos; há o
desconforto da família inteira com o caçula, que inicialmente seria padre, mas
é questionador demais para seguir esse caminho; há a questão política, um dos
irmãos é comunista e este caçula se decide pelo facismo, ressuscitando um
movimento de veneração ao Duce; há o que em literatura se chama “romance de
formaçao”, o processo para que aquele moleque perdido se torne um adulto...
perdido; há o confronto dessas visões políticas, suas semelhanças e
idiosincrasias (e idiotices...); As idiotices de cada partido político, os
cretinismos, as regras e as situações constrangedoramente acéfalas; há o enredo
amoroso com a namorada do irmão sendo cobiçada por este mesmo caçula teimoso.
Em suma, uma quantidade razoável de enredos entrelaçados, sem que isso torne
confuso ou chato o filme, muito pelo contrário, ele vai cada vez ficando mais
rico e cativante.
E claro, há a divertidíssima forma italiana de educação e
trato ente as pessoas, tapas na cabeça, gritos e ofensas distribuídas
constantemente o que dão um charme todo especial a cada cena, sempre recheada
do tempero local, um dialeto nortista italiano peculiarmente incompreensível...
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