quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O ouriço - Projeto Um filme quando valha a pena


O ouriço

Baseado no livro A elegância do ouriço, da francesa Muriel Barbery, o filme foca 3 personagens e as interações entre eles. A narradora Paloma é uma pentelha de 11 anos, como toda pentelha e de 11 anos acha que sabe tudo e decidiu matar-se no 12º aniversário para não viver uma vida besta como a irmã, mãe, bem... como o resto do mundo. Como ela é 1º francesa e; 2º menina, já escapamos do modelo pentelho sabe-tudo de Hollywood, o que lhe confere ao fim das contas uma graça e até uma simpatia, ganha no decorrer de seu amadurecimento.

O filme foca o que seriam os seus “últimos” 11 dias de vida, e sua descoberta da zeladora do prédio, uma mulher seca, dura, ríspida, mas que possui um quarto fechado atulhado de livros, que lê com a televisão ligada para disfarçar seu refinamento. Vive reclusa num mundo com seu gato e seus livros alto nível, cuida-se exclusivamente no campo intelectual e, claramente não acredita na raça humana.

Será descoberta também pelo novo morador, um empresário japonês, Ozu, que de cara responde a uma farpa dela sobre os moradores do prédio: “todas as famílias felizes são iguais”, com o que Tolstói inicia seu Anna Kariênina, “mas as famílias são infelizes cada uma à sua maneira”. Desconcertada ela percebe que foi pega em flagrante delito de ser alguém que busca a arte e o belo, saindo da esculhambação da (falta) de cultura de massa.

Não conto como as interações se dão. Não conto o fim do filme, bastante razoável. Recomendo não só o filme, como o livro de Muriel Barbery, na minha opinião mais rico e complexo que o filme, desdobrando o amadurecimento da Paloma-narradora e o sutil desvelar da elegância do ouriço, metáfora feita para descrever a zeladora, mas que certamente serve para dizer de uma das possibilidades para viver neste mundo...




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