Les adieux à la
reine
(França: 2012)
Diretor: Benoît
Jacquot
Na última frase do filme está a chave para seu entendimento,
e adoro filmes que nos prendem, mas que apenas se abrem no fim, deixando uma
trilha de possibilidades durante todo o trajeto. Uma serviçal apaixonada por
sua rainha, apaixonada pela idéia da realeza, pela figura, pela pessoa, pelo
corpo, naquela paixão platônica, idealizada, impossível e por isso mesmo
intensa.
Uma rainha fútil (haverá rainhas que não o sejam?) que joga
o tempo todo sem vincular-se a ninguém que não aquela que ama, todo o resto é
passageiro e na verdade sem muita importância, tudo e todos existem para
atendê-la.
A rainha é Maria Antonieta e são os 4 últimos dias de sua
vida, a Bastilha será tomada e os rumores intensificados. Um tema tantas vezes
retratado que pensaríamos não ser possível dizer algo mais sobre ele. Sempre é
possível!! Aqui teremos as desventuras e anseios da leitora da rainha, a
apaixonada, a zero à esquerda da corte.
E é essa relação, da serviçal Laborde que adora sua patroa,
que a endeusa, ama, deseja, mas não é reconhecida. Como espelho temos a outra
mulher essencial do filme, a condessa de Polignac, amada e desejada pela
rainha.
Num jogo intrincado de desejos, sempre assimétricos, essas
três mulheres, interpretadas por ter atrizes lindíssimas, chegarão a um ponto
no que à serviçal será pedido/exigido assumir um papel central, a de salvadora
da amante da rainha, o lugar que ela desejaria sempre ter estado.
Não conto a frase final, merece ser vista e degustada!
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