segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Adeus minha Rainha - Projeto Um filme quando valha a pena



Les adieux à la reine
 (França: 2012)
Diretor: Benoît Jacquot

Na última frase do filme está a chave para seu entendimento, e adoro filmes que nos prendem, mas que apenas se abrem no fim, deixando uma trilha de possibilidades durante todo o trajeto. Uma serviçal apaixonada por sua rainha, apaixonada pela idéia da realeza, pela figura, pela pessoa, pelo corpo, naquela paixão platônica, idealizada, impossível e por isso mesmo intensa.

Uma rainha fútil (haverá rainhas que não o sejam?) que joga o tempo todo sem vincular-se a ninguém que não aquela que ama, todo o resto é passageiro e na verdade sem muita importância, tudo e todos existem para atendê-la.

A rainha é Maria Antonieta e são os 4 últimos dias de sua vida, a Bastilha será tomada e os rumores intensificados. Um tema tantas vezes retratado que pensaríamos não ser possível dizer algo mais sobre ele. Sempre é possível!! Aqui teremos as desventuras e anseios da leitora da rainha, a apaixonada, a zero à esquerda da corte.

E é essa relação, da serviçal Laborde que adora sua patroa, que a endeusa, ama, deseja, mas não é reconhecida. Como espelho temos a outra mulher essencial do filme, a condessa de Polignac, amada e desejada pela rainha.

Num jogo intrincado de desejos, sempre assimétricos, essas três mulheres, interpretadas por ter atrizes lindíssimas, chegarão a um ponto no que à serviçal será pedido/exigido assumir um papel central, a de salvadora da amante da rainha, o lugar que ela desejaria sempre ter estado.

Não conto a frase final, merece ser vista e degustada!









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