Sem limites – O maior filme já vendido – Morgan Spurlock
Spurlock chegou ao mundo via seu engraçado Supersize Me – A dieta do palhaço, na
que desmontou os artifícios e modos de operação do mercado de junkie food estadunidense (e mundial,
convenhamos). O filme fez um certo barulho, ele foi comparado ao também gringo
Michel Moore por aparecer diretamente no filme e fazer-se personagem axiomático
do desenrolar, sem os maneirismos e exageros muitas vezes piegas deste.
Aí, passaram vários anos e aparece este outro, que parte de
uma premissa bastante ácida: se em todos os filmes produtos são vendidos, pelo
processo de merchandising, como seria
se um filme ocorresse unicamente por meio desse processo?
Se o filme fosse, ele mesmo, o processo de associar um roteiro a vários
produtos, e o processo de convencer várias empresas a patrocinar o filme, e de
organizar e modificar o roteiro para angariar fundos para o próprio filme.
E o filme se desenvolve nessas idas e vindas para sua
própria realização, de uma certa maneira, o filme é um metafilme sobre o fazer
cinema comercial, mas também um metafilme sobre si mesmo, sobre o filme que
está acontecendo ali na nossa frente. Sem grandes profundidades filosóficas,
mas abrindo espaço para algumas perguntas.
E há cenas muito engraçadas, das conversas com os donos das
empresas, das expectativas (e das perguntas, meudeusdocéu, as perguntas que
eles e elas fazem ao diretor sobre os ganhos com a publicidade e outras piores
ainda...) e vemos o filme sendo construído, e identificamos as cenas que foram
forçadas a ter este carro ou aquele posto de gasolina porque esses seriam os
patrocinadores do filme, um processo que ocorre na surdina, oculto em vários
outros filmes (mais evidentemente nos filmes comerciais, mas em alguma medida
em qualquer filme), mas ali o filme é sobre o fazer isso.
Como em alguns documentários, há um certo didatismo e o
filme perde o ritmo alguns momentos, mas deixa claro o para que veio e consegue
atingir seu objetivo. Não vejo a hora de sair o DVD com os extras que, se
seguirem o padrão do Supersize me,
serão até melhores que o filme.
Hummmm.... Sei não. Esse está na categoria "vale a pena"? Parece mais "se pintar, assista, mas não vale muito esforço". Seu comentário não me seduziu!
ResponderExcluir