Fabricando Tom Zé
Tom Zé é desses pirados que ainda existem no mundo, desses que sendo artistas criativos tem o cinismo, mesclado à modéstia de não “se acharem”, num mundo em que nada mais pode ficar perdido, seja de rótulos, de certezas, de seguranças.
É um documentário, mas não dos que tentam fazer uma rápida biografia do objeto de pesquisa visual, mas daqueles que misturam apresentações, um pouco de backstage e entrevistas dele, de invejosos, de admiradores.
Há cenas fantásticas, como a que ele empeita (literalmente) o técnico de som do festival de Montreaux, que queria diminuir a capacidade dos músicos brazucas de fazerem a passagem de som (Tom Zé deve ter hoje algo em torno de 70 anos, imaginem a quantidade de passagens de som que o cara já fez...) e o técnico sai com o rabo no meio das pernas, provavelmente assustado com a ferocidade da reação.
E esse mesmo Tom leva com a delicadeza mesclada ao seu usual cinismo, a profissão de jardineiro de seu prédio, ou a composição de uma música exclusivamente para uma apresentação (que acaba sendo um retumbante fracasso, que ele não tenta desculpar ou diminuir, mas afirma com toda a certeza de quem sabe que todos caímos).
E como bônus, várias musicas dele, apresentadas na turnee européia de 2008, musicas muito bacanas que saem completamente do esperado. Tom Zé não dá moleza para o ouvinte, ainda bem!!
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