quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O moinho e a cruz - Projeto Um filme quando valha a pena



O moinho e a cruz
(Polonia/Suíça: 2011)
Diretor: Lech Majewski

Há filmes, e há experiências, e usualmente experiências em filmes dão mais pano pra manga para falar que para “cinemear”, servindo para intermináveis digressões teóricas e poucas apreciações do filme como narrativa, como contar uma história. Bem, este consegue a proeza de ser uma experiência e um cinema de qualidade, ainda que não seja um tipo de filme que todos apreciarão.

Bruegel em meados do século 16 pintou o quadro O caminho para o Calvário, o qual, como o nome evidencia retrata o caminho final de Jesus para a crucifixão. Como ocorre nos quadros da época, os personagens do quaro estão todos trajados como na Flandres do século 16, e não como a palestina do século 1.




E para quem gosta do Pintor este é um prato cheio, várias cenas e situações ocorrem simultaneamente no espaço do quadro.

Para o filme o diretor toma algumas linhas de narrativa. Conta a gênese do quadro, colocando Bruegel a explicar para seu mecenas como seria o quadro, enquanto o prepara; mostra a vida familiar do pintor, sua larga prole e esposa; faz pequenas incursões em várias das cenas do quadro, criando narrativas para o moeiro, sua esposa e o ajudante no interior do escalafobético moinho, um herético a ser pendurado numa roda de carroça depois de espancado; e evidentemente, a via crucis, que passa pela cidade, naquele tipo de anacronismo até engraçado.

No conjunto uma experiência enriquecedora, corajosa, instigante e fascinante.






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